terça-feira, 6 de dezembro de 2022

não podia concordar mais

gémeos

O grande desafio na educação dos meus gémeos é a intensidade e a incessante interacção entre os dois. Como não há hierarquia clara, como acontece naturalmente entre irmãos de idades diferentes, e, acima de tudo, como não há intervalos, torna-se desgastante. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Teams

 E aqui estamos nós outra vez. Ensino à distância, 3 níveis diferentes, 4 crianças, 5 computadores, muitos emails, aulas síncronas, tempos assíncronos, teams, equipas, carregar trabalhos... As saudades que eu tinha de ser secretária dos meus filhos. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Medo

 Pandemia

O que não consigo perceber, e nunca consegui desde o início, é como se transforma o medo, o sentimento de impotência, a agonia das imagens dos hospitais, a dor... em acusações aos outros, os que não são como nós, em culpas e cobranças pidescas. Como se transforma os sentimentos de cada um numa acusação coletiva. Tudo é culpa de todos os outros, os que não são como nós. 

terça-feira, 13 de junho de 2017

Partilha

A partilha em dois filhos de idades diferentes é ensinada. É incentivada, é recompensada e quando começa a acontecer naturalmente é aplaudida. 
A partilha em gémeos é completamente inata. É um espetáculo ternurento assistir como dois pirralhos tão pequenos partilham chupetas, comida, colo, atenção, espaço... de forma tão natural e sem qualquer condicionamento.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Dia da mulher

É gerir o medo do diagnóstico.
É gerir o choro, o desconforto e as birras do nosso bebé doente.
É gerir os exames, as picadelas e as avaliações.
É gerir as conversas com os médicos, a procura de informação e a gestão da mesma.
É gerir a relação com as enfermeira e as auxiliares, que mudam de 8/8h.
É gerir o cansaço de dormir no cadeirão velho e acordar inúmeras vezes por causa do nosso e dos outros.
É gerir a relação com as outras mães ansiosas.
É gerir o desespero de estar fechada naquelas paredes e das horas não passarem.
É gerir o dia a dia do outro bebé em casa.
É gerir a ansiedade da filha do meio que não gosta muito destas mudanças forçadas.
É gerir a limitação de só ver o marido nas mudanças de turno.
É gerir a casa e a arrumação e a lavagem da roupa.
É gerir as atividades da mais velha.

Esta gestão é totalmente partilhada com o meu marido mas, mesmo assim, os únicos dias em que me sinto uma super mulher são quando tenho um filho internado.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Casa nova

Andamos a ver sofás. Descobrimos que há dois tipos: os giros, modernos, chiques, desconfortáveis, e os grandes, feiozitos e super confortáveis. Denominamos os últimos de sofás novo-rico, apesar do preço não ser fator diferenciador. Pelo contrário, os primeiros são, em geral, mais caros. Escolhemos dentro dos segundos e agora muito nos rimos com o nosso sofá de novos-ricos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

2016

2016 teve internamentos, catéteres, nebulizações, saturações e perfusões.
2016 teve meses num quarto com temperatura e humidade controlada.
2016 teve aprendizagem do que é uma família numerosa e as rotinas foram ficando mais fáceis.
2016 teve fins de ciclo dificílimos e retornos muito positivos.
2016 teve uma rede de apoio imprescindível, com os de sempre e a nossa Santa Ana.
2016 mostrou que a minha vida é o equilíbrio perfeito e surpreendente entre o que me foi acontecendo e o resultado de decisões difíceis e corajosas. Sem medo das consequências.
2016 teve crises de choro por exaustão. Teve muitas rotinas familiares e poucas saídas de adultos.
2016 teve a tranquila conclusão que se o meu casamento passou por este ano com harmonia, sentido de humor e muito amor, é porque é mesmo para sempre.
2016 teve mimo, birras, brincadeiras, zangas, proteção e mais mimo vezes quatro. Verdadeiras bebedeiras de afeto.
2016 foi, sem dúvida, o ano mais difícil da minha vida. O mais curto e o mais longo. E também o melhor.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

a 2ª metade dos trintas

Quando começas a ir cada vez mais a funerais e quando assistes a mais divórcios do que casamentos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

10




Já tem telemóvel.
Já fez 10 anos.
É uma destemida e uma descomplicada.
Já fez 10 anos.
Tem mudanças de humor súbitas e drásticas mas passam-lhe depressa as neuras e regressa a nossa menina linda.
Já tem 10 anos.
Encarou todas as mudanças do 5º ano com leveza e aceitou a responsabilidade acrescida sem dramas.
E tem 10 anos.
É uma super irmã mais velha e uma ajuda preciosa quando é necessário. Adora os gémeos e a sua maninha malandra. Mas discutem muito. Tudo como tem de ser.
E tem 10 anos.
É linda e expressiva. E esperta e perspicaz. E autónoma e corajosa. E linda. Dizem muita vezes que é igual à mãe e eu penso, sem falsas modéstias, que está tudo louco, que é muito mais linda que a mãe é ou foi. Muito mais.
E já tem 10 anos.
Toca clarinete e estuda música. E já tem 10 anos.

domingo, 6 de novembro de 2016

eu não me estou sempre a queixar

Vendo o que por aqui vou escrevendo parece que ser mãe de 4 é um horror. Não é. Apenas não tenho tempo para posts fofi-fofi, matchi-matchi, que-vida-linda-que-temos. Só tenho tempo de, quando me lembro, vir aqui deixar uns comentários sarcásticos, que não deixam de ser verdadeiros, mas que são apenas uma parte de um grande todo. Tenho 4 filhos lindos de morrer, um super maridão e uma vida com muitos momentos bons.

sábado, 5 de novembro de 2016

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Onde se nota que somos uma família numerosa?

Na prateleira dos iogurtes no frigorífico.
No cesto da roupa suja.
Na quantidade de unhas para cortar.
Na desistência de dobrar cuecas e meias.
Na  quantidade de ordens sucessivas que é preciso dar para sair de casa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

ADN

Se os meus filhos herdarem:
a capacidade de amar do pai,
a generosidade de um e a iniciativa do outro avô,
o sentido de família da avó,
a coragem da avó que nunca conheceram,
a integridade do tio,
e a inquietude da tia,
serão, certamente, seres humanos extraordinários.