quinta-feira, 17 de abril de 2014

Leça

Filha pequena desistiu de dormir a sesta em casa. Faz uma birra descomunal e como eu não estou para isso resolvo o problema com um passeio de 20 minutos de carro, de casa à loja, e apercebo-me que vivo num sítio mesmo lindo. Saio de casa, desço a avenida com a Petrogal à direita, os seus tanques gigantes e as suas chaminés, uma paisagem estranhamente bela. E aí surge o farol de Leça, lindo! Viro à direita e passo na praia do Aterro, com a sua boa onda no ar. E continuo pela marginal. Passo o Cabo do Mundo, a Praia da Memória, com o seu obelisco solitário, e lá pela Agudela faço inversão de marcha. Normalmente aqui já dorme. Vejo Leça ao longe, passo por uma senhora-estátua triste e queimada, dá-me sempre pena, mas depois, ao fazer a curva do farol, vejo a praia de Leça em todo o seu esplendor, um marzão brilhante, o porto ao fundo e arrepio-me com a beleza deste sítio. Passo a ponte móvel, com a sua mistura de peixeiras, turistas e surfistas a cruzarem-se. Faço a marginal de Matosinhos e chego. Continua a dormir, de portas abertas.

Sem comentários:

Enviar um comentário