sábado, 4 de janeiro de 2014

Relato de uma tempestade

Sou uma medricas. Com tudo o que mete natureza a mostrar a sua força sou uma medricas. E ontem tive medo. Mesmo medo. Então foi assim:
Eram 02h45 e ouço uns trovões assustadores, perto, muito perto. O André dormia. Já disse que tenho medo de trovoada? Tenho. Mas depois piorou, depois ouve-se um vendaval assustador, e uma barulheira monstruosa, como nunca tinha ouvido antes, com o que parecia pedregulhos atirados à persiana. Fico muito quieta a tremer. O André dormia. Dou-lhe um pontapé e levantamo-nos. O André acordou. Vou verificar que as minhas filhas dormem profundamente com aquela barulheira infernal, que já durava há uns bons 10min e vou à marquise ver o que se passa. E tenho medo porque as pedras que batem contra os meus vidrinhos são do tamanho de bolas de golf e parece que os vão partir. Fujo da marquise. Ouço os meus vizinhos no corredor do prédio. As cadelas dormem. Abrimos a persiana da sala e o cenário é inédito: a estrada está branca coberta com bolas de golf brancas, e na nossa varanda saltam pedras de gelo gigantes. Assustador. No prédio em frente estão todos os vizinhos à janela e o barulho continua assutador. O André decide acordar a Mati para ver o cenário. Eu continuo com medo. Tudo passa e eu demoro uma hora a acalmar-me para adormecer. O André já dorme.
Conclusões:
- as cadelas são inúteis de todo;
- em caso de calamidade os vizinhos vão para o corredor do prédio. O que ajuda? Não sei, mas gosto;
- os vidros da marquise aguentam mais do que acharia;
- o nosso carro foi sujeito a um serviço de tunning gratuito e está com o teto cheio de marcas, em baixo relevo, super giras;
- eu sou uma medricas.

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