segunda-feira, 13 de maio de 2013

Este vai ser longo...

"És teimosa como a tua mãe"- um comentário feito à minha filha mais velha, por alguém que me conhece há muitos anos, que conviveu comigo até aos 18/20 anos, um comentário ouvido à socapa, completamente despropositado em relação à minha filha, mas totalmente verdadeiro em relação a mim. Dei uma valente gargalhada quando me contaram, mas é verdade que na minha adolescência e início de idade adulta era uma teimosa dos diabos. Fui descobrindo, nestes últimos anos, que muitas atitudes que tomei foram desaprovadas por familiares e até amigos, mas que nunca me disseram nada na altura, só mais tarde em conversa me fui apercebendo que ninguém dizia nada à teimosa. Muitas vezes apresentava as decisões como finais, não dando margem de manobra a grandes comentários ou opiniões. Não me arrependo nada, sinceramente. Fiz coisas erradas? Claro que fiz...mas sem arrependimentos, de nenhuma ordem. Isto tudo me leva ao presente, apesar de mais sentata e ponderada, quem continua a tomar decisões na minha vida sou eu. Assumo-as e encaro as consequências. Obviamente que hoje em dia tomo decisões muito em sintonia com o meu marido, mas não deixo de fazer uma coisa que acho correta só porque o sentimento geral é contrário. A vida não é a preto e branco, as decisões são muitas vezes cinzentas.
E isto tudo me leva à amamentação, este grande poço de mitos e opiniões. Amamentei a minha filha mais velha até aos 4 meses exclusivamente, altura em que ela começou a não crescer, tive que introduzir o biberão e com o stress e a inexperiência depressa fiquei sem leite. A mais nova mamou uma maravilha desde a sua primeira hora de existência. Exclusivamente até aos 6 meses, a crescer que era uma beleza. Quando começou a acordar mais vezes e a pediatra aconselhou o biberão, aí é que a porca torceu o rabo. Rejeitou tudo e mais alguma coisa: todos os leites, todas as papas, todas as sopas e frutas, no biberão ou na colher, dado por mim ou por outra pessoa qualquer (que dizia sempre: ah! comigo é que ela vai comer), leite com chocolate, o próprio do chocolate...uma teimosa! Foi para a escolinha com 1 ano e meio, e aí começou a comer, com muito esforço e quase obrigada...mas em casa continuava sem comer quase nada. Só queria mama, e só quer mama. E eu dava e dou.
A diferença é que se até aos seu 1 ano a amamentação era aceite como natural e benéfica, depois da miúda ter 12 meses fui-me apercebendo do desconforto da maior parte das pessoas com a amamentação. Tento ser discreta e sei que sou discreta, mas se ela quer mama, dou-lhe mama. Não gostam...temos pena. É claro que muitas vezes é só mimo, é só para acalmar no seu sítio preferido. É claro que faz com que  eu acorde muitas mais vezes e que eu não durma uma noite seguida há 2 anos e tal. Claro que não posso ir a lado nenhum sem ela porque não dorme fora. É claro que não é uma decisão fácil, e me queixo, mas é a minha decisão. Quero ver se lá para o Verão consigo cortar este cordão umbilical, mas porque em Setembro quero ir com o meu amor de viagem. Só por isso. Não por causa dos olhares e comentários. A esses... temos pena...Mas eu sou teimosa e faço o que quero.
E não sou a única. Mas mesmo que fosse..era tranquilo.

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