domingo, 6 de janeiro de 2013

pensamentos random no carro

Ás vezes acho que mereço uma medalha. A sério. Hoje de manhã, quando finalmente me sentei no carro, depois de pôr cintos, tirar casacos, ir até ao carro cheia de sacos, sair de casa, pôr casacos, cremes, cabelos, banhos, arrumar camas, pequenos almoços, ...., acho que fiquei um segundo à espera que alguém me abrisse a porta, e "temos aqui esta medalha que lhe queriamos oferecer em reconhecimento por todo o seu esforço e dedicação esta manhã", e pronto, eu seguia o meu caminho feliz e contente. E esta brincadeira pôs-me a pensar no papel de mãe, e de como é diferente ter ajuda ou não. Eu fico muita vezes sozinha com as minhas filhas, o que me faz apreciar ainda mais o papel do pai. Acho que todas as mães solteiras, e todas as mães que, por um motivo ou outro, ficam encarregues dos seus filhos sozinhas, por pouco ou muito tempo (o que é a maioria esmagadora de nós) merecem de facto uma medalha. É que antigamente, não no tempo das nossas mães mas das nossas avós, havia de facto toda uma teia de apoio familiar ou, consoante o nível socioeconómico, muitas empregadas e amas que facilitavam muito o processo. Ainda há gente que felizmente tem muito apoio, o que fica bem representado pela conversa entre a Miranda e a Charlotte sobre mães que criam os seus filhos sem amas, que recordei outro dia pelo post da http://agatachristie.blogspot.pt/. É que, apesar de pouquissimo valorizado, ter filhos é uma trabalheira do caneco. Eu estou sempre a repetir isto, e às vezes, acho que pareço uma alien sempre a queixar-me, mas acho que todas as expectativas associadas à maternidade, todas as tarefas que de facto são necessárias, e esta culpa católica silenciosa que nos persegue contribuem para um sentimento de falhanço como mães que todas às vezes sentimos. E por isso, deixo aqui a minha medalha virtual bem merecida a todas as mães que conheço, e às outras também.

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